Começamos a fazer nosso projeto com uma turma do segundo ano do ensino médio, depois iremos aplicar as mesmas ideias para outras turmas. Como essa turma tinha duas aulas seguidas, seria mais viável, devido ao fator tempo, levá-los ao laboratório, ambiente que eles nunca haviam frequentado antes. O laboratório da escola é muito bem equipado, tem diversas vidrarias e reagentes, bancadas espaçosas, sendo bastante propício para levar os alunos até lá e fazer uma atividade diferenciada. Quando nosso grupo foi ao laboratório verificar os reagentes, ficamos muito surpresos com o que encontramos. Lembro-me de ter ido ao laboratório da minha antiga escola apenas uma vez, fazer um experimento de biologia e lembro de um ambiente pequeno, com poucos equipamentos e realizamos um experimento super simples, devido as limitações do lugar. Ao me deparar com o que os alunos tinham e que, nem sabiam que tinham, me fez ficar mais empolgada com o projeto, pois seria algo totalmente novo e que os alunos se interessariam. Dividimos o projeto em etapas: a apresentação de forma dinâmica, introdução de conceitos, experimento com uma atividade investigativa e uma atividade depois da discussão dos experimentos. No dia da apresentação, tinha cerca de nove alunos na sala. Fizemos um levantamento das concepções prévias sobre o tema: "Cinética Química". Após o levantamento das concepções prévias, explicamos sobre o conceito de cinética, demos exemplos. Em alguns momentos da explicação, usamos alguns recursos teatrais a fim de prender a atenção dos alunos. Essa aula poderia ter sido feita na sala de aula convencional, entretanto, pensamos em sair do óbvio e tentar algo diferente para ver a reação dos alunos. Na outra aula, tinham mais alunos presentes, onze. Separamos as três bancadas por experimentos diferentes, porém relacionados com a velocidade das reações. Os alunos tiveram que se dividir em grupos e escolher uma das bancada. A escolha das bancadas foi diferenciada. Para cada experimento disponível, criamos uma cena que representasse, porém sem dar as respostas para a atividade que deveria ser realizada depois. Assim, cada aluno escolheu o experimento de acordo com a afinidade da cena. Cada bancada realizou uma atividade investigativa com o experimento escolhido.
Depois de realizar o experimento, cada grupo deveria mostrar seu experimento para os demais através de uma cena, como a feita no início e, explicar o que eles entenderam e relacionar com os conceitos de cinética química. Gostei bastante dessa atividade, pois os alunos participaram, montaram cenas criativas contextualizando os conceitos e, na explicação, alguns alunos explicaram corretamente o que acontecia no experimento impecavelmente. Após a apresentação dos grupos, o tempo da aula de Química tinha acabado e os alunos não teriam a última aula, tinham a opção de ir embora. Porém, eles quiseram continuar no laboratório e ver a explicação do que eles haviam feito. Percebemos que, naquele dia, ganhamos os alunos e que poderíamos sim fazer a diferença, apesar de todos os problemas frequentados na escola pública.



